Pilares de mentiras
Montaram um circo! Bonito, grandioso, com um picadeiro digno de qualquer artista no auge de sua carreira. A arquibancada é grande, aloja muita gente e com um conforto de se estranhar. As atrações são magníficas, trazidas dos quatro cantos do mundo. Parece uma cidade dentro da cidade, tamanho suas instalações.
Acabo de acordar, ainda estou tonto, sem meu óculos está tudo embaçado. Mas que lugar estranho, não me lembro de ter dormido aqui, aliás, não me lembro do dia de ontem. Onde será que estou? O que aconteceu? É um quarto comprido, com várias mesinhas com luz e espelho, olha lá! Tem alguém vindo. Acenou para mim, mas... Eu conheço essa pessoa? Eu nem sei onde estou. Que estranho... Tudo me é estranho. Que dor de cabeça!
Ah! Meu óculos. Agora está melhor. Quantas mesas, fantasias e maquiagem espalhada por todo lado. Eu estou num camarim? Meu nome! Olhe, está escrito Eduardo aqui. É, Eduardo mesmo, eu estou vendo. E essa roupa tão colorida? Quanta roupa! Que estranho. Onde fui ontem? Minha cabeça ainda dói. Que legal! Uma bozina. Sempre quis ter uma. Uall! Que sapatos grandes. Um nariz? Nariz vermelho? Nãão! Estão me chamando. Eu? O que foi? Abriram uma porta. Ai minha cabeça! Que barulho é esse? Aplausos? Estão me chamando! Uma mulher acena freneticamente. Estou caminhando. Todos me olham. Ai! Tropecei no meu sapato. Que sapato grande é esse? Pra que estou usando? Essa roupa colorida! Estou vestido de palhaço? O que? Palhaço? Eu sou um palhaço???
È perturbador quando armam um verdadeiro circo sustentado por mentiras, esqueceram de te avisar, mas você é a atração principal, cedo ou tarde descobre isso, e a surpresa abala.
Ali.
Muito bom! Grande crônica! O que falta pra um livro próprio?