Sempre há um muro
Sempre há dois lados para serem separados. Não preciso citar o que está acontecendo. Olho para o lado, e o que vejo é um muro. Em todos os sentidos concretos e metafóricos, um muro indica muito bem a doença que vivemos diariamente. Somos prisioneiros de uma sociedade doente, todos já nos sentimos assim. E se quisermos cruzar o muro, ao menos um pouco de coragem é preciso. É uma relação de medo e repúdio, e inveja e ódio. Uma herança de uma história corrompida, cicatrizes e doenças que perseguem gerações de dor. Angústia de lidar com um mundo traiçoeiro.
Existem vários mundos. Sempre um muro. Não importa onde mora, o reconhece. Temos mundos despreocupados, protegidos e felizes. Mundos vendidos com cachorros em um campo verde, crianças quase sempre loiras, sorrindo e abraçando seus pais. Talvez uma dessas crianças nunca tenha espiado o outro lado do muro. Muro que o cerca e está ali para você lembrar. Olhamos sempre, vimos a toda hora, mas nem sempre acordamos para o que ocorre. Somos essa criança, podemos olhar e ao mesmo tempo não ver.
Não atravesse o muro, não queira estar lá. Ninguém tem olhos para essa gente. - Temos medo, me entenda, o melhor remédio é o isolamento. É a maneira rápida, fácil e sustentável para esse mundo. Os muros crescem. Quem se importa com os outros? Chame a Vovó e o Cooper. Hoje teremos um almoço especial. Comprei aquele presentinho que havia lhe prometido. -
Tudo é muito intenso. Mutável em uma velocidade assustadora. Você se lembra onde estava a quinze anos? Talvez cinco? Conte-me! Como era? Dois séculos, apenas dois séculos e não podemos calcular os danos. E daqui a dois? Não precisamos de tudo isso. Como estaremos daqui a meio século?
O prazer supera a razão, confunde os pensamentos e enfraquecem os nossos corações. A verdadeira transformação começa conosco, com a sua vontade. Todos precisam de momentos para pensar sobre onde vivemos. Se estamos satisfeitos ou não, procurar a quem culpar, a quem recorrer, a quem ajudar e a quem confiar. Temos sempre dois olhares sobre a mesma história, dois lados, dois certos e dois errados. Temos sempre uma doença. Cure-a.
O discurso aqui, mudou seu tom. Todos somos os mesmos, mas diferentes ao mesmo tempo. Desculpe a intensidade.
Ali.
primeira visita a este blog.
Texto complexo, interessante.
Gostei
Até!