Ali Bjur

quinta-feira, março 22, 2007

Lago Walden


Nas chamadas comunidades primitivas e mitológicas, os índios em suas malocas, por exemplo, gozavam de pleno conforto e tranqüilidade. Não existiam abrigos (casas) ruins ou tampouco uma tão boa ao ponto de se diferenciar entre as demais. Esses povos se preocupavam apenas com sua subsistência e espiritualidade, diferenciando-se não pelo que tem, mas pelo que representa à comunidade. É um exemplo de grupo que vivia em total harmonia com o ambiente, e seu modo simplista e despojado, os tornavam capazes de serem hóspedes da natureza.


Em nossa sociedade ‘desenvolvida’ e ‘ideal’, somos escravos de preconceitos. Nunca algo irá chegar a um patamar tão elevado, de modo que agrade ou satisfaça a todos. Não existe, por exemplo, casa ou carro suficientemente ideal. ‘Na maioria das vezes, somos levados mais pelo gosto da novidade e respeito à opinião alheia do que pela verdadeira utilidade’. Não consideramos a verdadeira natureza das coisas, mas sim a falsa utilidade ou necessidade de tê-la. Criamos nossas desigualdades e estamos adormecidos o suficiente para ignorá-la. ‘Estar acordado é estar vivo. Até agora nunca encontrei um homem inteiramente acordado. Como poderia tê-lo encarado?’.


Vivemos de modo estúpido. O que é verdadeiramente essencial de modo que nenhum outro homem poderia viver sem? Acumulamos entulhos desnecessários e nos prendemos a eles. Homens ricos não são sabiamente acolhidos pelos seus bens e confortos, mas estupidamente prisioneiros de seus prazeres e desilusões. A verdadeira riqueza de um homem é proporcional à quantidade de bens que pode se esvair sem o mínimo de esforço ou ressentimento. ‘Não há ninguém feliz no mundo, a não ser os seres que gozam livremente de um vasto horizonte. ’. Acordar com tais privilégios, cabe a poucos.


“Porque teríamos de viver com tanta pressa esbanjando a vida? Decidimos morrer de fome antes de sentir fome.”

Referência a Thoreau.

Ali.