O sol está nascendo por de trás dos vales. É um relevo irregular e com vários elementos. As árvores, os animais, as rochas e o ar. Ar tão puro e leve que torna o respirar usual uma fonte de prazer. Tudo em perfeita harmonia, como o barulho da água deixando os lugares mais altos em busca da tranqüilidade das planícies, onde pode repousar, sendo algumas vezes, tocada pela brisa suave que varre o local, deixando a imensidão perfeitamente reflexiva, levemente destorcida. Seria um erro desagradável deixar de notar como as árvores reagem à resistência do ar, como elas se comportam de maneira uniforme, e hora apresentam um balet ritmado com direito a mudança de bailarinos. Estupidez equivalente seria não notar como todos esses elementos, das mais distintas classificações unem-se para formar um único espetáculo. É aqui, em um lugar bonito e harmonioso que os pensamentos são condicionados a um estado mais próximo de pureza de reflexão. Momentos de novamente sentir a natureza e fazer parte dela. Todo fim de tarde observar o pôr-do-sol, e observando melhor, encontrar algum significado através dele, trocar seus olhos para enxergar além e ver o que está escondido.
É calmo, é simples e único. Poder deitar em uma rede de descanso e fugir um pouco do cotidiano. Alimentar o bom ócio e escutar ao fundo o subir e descer da harmonia de C. Baker ou C. Parker.
São momentos assim que nos fazem enxergar outras coisas e lidar de forma diferenciada e dedicada. São estes momentos que se tornarão nostálgicos e nos lembraremos quando nossos filhos ou netos nos indagarem em que estávamos pensando quando deixamos a catástrofe acontecer. Quem suportará?
Ali.